AS ÚLTIMAS HORAS



Teatro épico do dramaturgo Marcello Ricardo Almeida (SBAT-1985), no método Teatro-Feijão-Com-Arroz – uma peça sobre um invadir o espaço do outro.

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PERSONAGENS:

CORO é a câmara dos olhos, ouvidos e imaginação quem conduzem.

BRIGADEIRO José da Silva Paes, engenheiro militar.

SEU MARINHO poeta e escrivão amigo do Brigadeiro.

SOLDADOS DA GUARDA no Forte São José da Ponta Grossa.

ENCARREGADOS DAS ARMAS na Fortaleza de São José.

SENTINELAS da Fortaleza.



ÉPOCA: A ação deste episódio teria ocorrido na Fortaleza de São José da Ponta Grossa, caso não fosse amnésica a memória; de tão antiga tornou-se a memória uma casa em ruínas e, por sua vez, a História um prédio em perene construção que ora encontra-se com estruturas pré-moldadas à espera de seus tijolos para preencherem os vazios.
PRÓLOGO
CORO: Ondas, no vaivém, quebram-se nas pedras da praia. No mar tranqüilo. O vento frio, às primeiras horas, marca alvorecer em prisma colorido. Enquanto urubus sobrevoam a Mata Atlântica de ricas paisagens, de mangues. No lado marítimo: gaivotas e albatrozes. Amanhece no Forte de São José da Ponta Grossa, ao Norte da ilha. Fortalecidas – no alto do morro – paredes rochosas avistam os cintilares do Sol sobre o mar; como se as últimas estrelas caíssem nas águas e se afogassem. As janelas do segundo pavimento da construção militar quais mirantes adormecidos sobre a imensidão do oceano aberto, fechadas encontram-se. Entre pouca luz e muita sombra, dentro da Casa do Comandante, José da Silva Paes examina armas a esfregá-las com um pano sujo.
SITUAÇÃO ÚNICA
FASE A – Na Casa do Comandante.
BRIGADEIRO: Vida longa